“Bem-vindo à Maringá”, dizia a placa de boas vindas. 014 imaginava que se poderia acrescentar na placa: “paraíso da máfia”, se levasse em consideração as informações que F. lhe dera sobre o submundo maringaense. Segundo F., os caras em Maringá agiam melhor, mas a encoberto.
A única denominação que 014 poderia usar para se referir às pessoas que agiam assim era chamá-los de caras, como F. tinha deixado bem claro.
O ônibus entrava na rodoviária, rodando lentamente. Daniel sentia agora mais do que nunca o batimento cardíaco na boca. Olhava para a plataforma de desembarque em uma mistura de curiosidade e receio, embora sem saber do que recear. Seria tudo tranquilo como F. e o pessoal assegurava? Os caras realmente nunca imaginariam que um garoto estava na pista deles. Poderiam sim, pensar que a Abin já estava por dentro, mas não que mandariam um garoto.
A porta do ônibus abriu e as pessoas começaram a descer. Daniel desceu no meio do bolo. Assim que pisou na plataforma avistou um homem alto, usando terno cinza-escuro, com um lenço azul na mão. Era o sinal combinado. 014 dirigiu-se à ele:
“Olá.”
“Oi.” - o sujeito respondeu secamente.
“014. Como vai?” - Daniel se apresentou. A atitude do homem mudou na hora:
“Ah! Tudo bem, 014? Me disseram que era um garoto, mas eu não poderia adivinhar como era.”
“Tudo bem. Como eu devo chamá-lo?”
“Olhe, pelo número não fica bem nem eu chamar você, mas pelo próprio nome também...”
“Entendi. Como são os nomes?”
“O seu é Daniel. Daniel Mattos.”
“Mas disse...”
“É, não sei seu nome real, mas pra mim disseram que era pra te chamar de Daniel Mattos.”
Daniel entendeu o estratagema; disseram seu nome verdadeiro para o agente, mas o homem não sabia que era o verdadeiro. Era de fato uma boa estratégia, já que eles suporiam que ele não usaria seu verdadeiro nome.
“E você?”
“Sou Rubens. Rubens só. A propósito, como você veio pra cá para participar de um campeonato de natação, sou o responsável por você aqui e seu treinador. Correto?”
“Perfeito.”
“Vai gostar de Maringá, Daniel, apesar de não estar fazendo turismo.”
“Sei. E o hotel?”
“Ah, sim. Vamos lá”
Saíram para o pátio externo da rodoviária.
“Táxi?”
“Seria o mais natural pra quem está aqui só de passagem por algumas semanas.”
Rubens fez sinal para um táxi estacionado perto, e o veículo se aproximou:
“Hotel King Palace, na Avenida Paraná.” - Rubens deu o enderço.
Durante o trajeto não falaram nada que não fossem os comentários usuais de quem vem de outra cidade, como a arborização, o clima variado da cidade, etc.
O táxi estacionou diante de um edifício de dois andares, mas grandes proporções térreas, aonde se lia na fachada externa: “King Palace Hotel”. Logo de cara já se notava que era um cinco estrelas, pelo luxo ostensivo até no exterior.
Desceram. Rubens pagou ao motorista, e eles se dirigiram para a recepção:
“Dois quartos com vista para a avenida.”
“Lamento, senhor, mas só temos um disponível nessa situação.”
“Tudo bem.” - Daniel se precipitou - “Eu fico com outro, professor.” - Disse se dirigindo à Rubens.
“Está certo, campeão.” - Rubens sorriu.
Já no corredor com as chaves, Rubens alertou:
“Eles preferiam que você ficasse com vista para a avenida, por questões estratégicas.”
“Tudo bem, se você quiser, nós trocamos.”
Feita a troca das chaves, cada um foi explorar seu quarto.
Logo à entrada Daniel se impressionou; as proporções eram enormes para só uma cama de solteiro. Notou que a suíte tinha banheira e que o frigobar ficava colocado junto à entrada, aonde tinha uma sala pequena, como uma recepção, mas bem mais cofortável. Foi até a janela e observou a calçada: um Punto vermelho estacionou nesse momento e um homem vestido esporte, mas com elegância, saiu do veículo e se dirigiu ao hotel. Devia ter em torno de uns vinte anos, compleição física avantajada, daria a impressão de um executivo, se não fosse sua pouca idade.
Três batidas breves e uma espaçada na porta. Era Rubens. Daniel foi abrir:
“Então?”
“Olhe pela janela.”
“Que é que tem? Acabei de fazer isso.”
“E viu um Punto vermelho?”
“Vi.”
“E quem saiu dele?”
“Sim. Por quê?”
“É o seu homem.”
“O.K., vou ficar de olho.”
Continua...
2 comentários:
SEU IDIOTA, VOCÊ ME TRAIU PARA NAMORAR COM VARIAS NE, EU TO AMIGA DA SUA ES TAMBEM, A CAROLINE. QUE ENGRAÇADO, VOCE ME TRAIU, TRAIU A CAROLINE, E AGORA TA NAMORANDO COM UMA LOIRA QUE ESTUDA COM UMA AMIGA MINHA. E AINDA TENTOU TRAIR ELA, E PEDIU PRA FICAR COM UMA MENINA QUE TE REJEITOU.
EU TE ODEIO, TOMARA QUE VOCE FIQUE SEM NINGUEM!
E OLHA QUE EU CONFIEI EM VOCE, SEU IDIOTA. VOCE QUE NAO VALE A PENA, NAO VALE NADA! SEU PROBLEMATICO!
VAI ASSISTIR TV JA QUE VOCÊ NAO RESPEITA SUA IGREJA
NAMORA VARIAS, E AS TRAEM
E CONTA MENTIRAS, E OLHA QUE DESCOBRI VARIAS MENTIRAS SUAS, POIS TENHO QUEM TE VIGIE. MAIS NAO QUERO MAIS SABER DE VOCE, PODE FICAR AI COM SUAS NAMORADINHAS
E ATUALMENTE VOCE NAMORA UMA TAPADA VIU. TADINHA DA CAROLINE, NAO ACREDITO QUE VC TRAIU ELA COM ESSE TRASTE PREFIRIA QUE VOCEE TIVESSE FICADO COM A CAROL, E TIVESSE ME CONTADO A VERDADE. E NAO ACREDITO QUE VOCE ME TRAIU COM A CAROLINE. CONTINUA COM ISSO, QUE VAI ACABA SOLITARIO
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