Daniel Mattos Capítulo 2 – Continuação:

Chegando à delegacia da Polícia Federal, Daniel e sua avó foram foram seguidos pelo foco da câmera instalada à entrada do edifício. Em uma sala do último andar, dois homens comentavam:

“O que achou do rapaz?”

“É apenas um garoto...”

“Não, é o melhor garoto!”

“Em quê?”

“Em tudo; notas, lutas, esportes...”

“Você tinha dito que ele só faz natação e handebol.”

“E demonstrou imensa facilidade em decorar as regras e segui-las com perfeição.”

“O que está insinuando?”

“Que, devidamente treinado, daria um ótimo agente.”

“Uma criança...”

“Uma arma!”

* *

Nesse momento, dona Laura e Daniel eram introduzidos à presença do delegado.

“Então?” O policial perguntou.

“Queremos esclarecer essa história direito, doutor!”

“Já não foi explicado, minha senhora?”

“Não do meu jeito!” Dona Laura quase berrava, gesticulando com o indicador a centímetros do rosto do delegado.

“Eu não a deixaria nervosa, se fosse você.” Daniel sorria.

“Depois, quero conversar com você, garoto.”

“Quem deu a queixa do desaparecimento do meu avô?”

“Esperto, hem, garoto?”

“Fiz uma pergunta, delegado.”

“Quem faz as perguntas aqui sou eu, meu rapaz.”

“Deixe as formalidades de lado.” Daniel levantou do acento em frente ao delegado. “Qual é o assunto que quer falar comigo?”

“É particular.”

“E eu e minha vó também temos um assunto particular para tratar. Passe bem. Vamos, vó.”

“Vamos, meu filho.”

“Você fica!” E o delegado apontou para Daniel.

Tinha um “quê” de superioridade no tom de voz do delegado que o rapaz estacou na hora. Sua avó já tinha passado da porta do gabinete do policial quando Daniel parou. Ela ainda se virou, mas a porta dupla de aço, como portas de elevador, se fecharam.

Daniel ficou um tempo olhando para a porta, depois se virou devagar:

“O quê o senhor quer de mim?”

“Você quer saber o que aconteceu com seu avô?”

“E o senhor vai me dizer?”

“Depende...”

“Isso está cheirando à chantagem!”

“Não tenho outra escolha, você não é concursado.”

“Concursado?”

“No Brasil, pra ser agente, tem que fazer concurso público.”

“Agente? Do Serviço...”

“Secreto. Mas aqui é só Agencia Brasileira de Informações. Topa?”

Daniel ficou calado um tempo. É lógico que adoraria ser um agente, sua imaginação já funcionava mostrando isso, mas o quê teria que fazer? Certamente não seria como nos filmes. Era uma tremenda batalha da conciência com o cérebro inventivo do garoto.

“Eu... Aceito!”

Continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito legal sua história! Vou passar a acompanhar as aventuras do Daniel!
Uma pena ter que esperar os próximos posts pra saber o que vai acontecer...